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10 de dezembro de 2009

Futebol, mídia e massa.

"Panem et circences". Enquanto o povo passava a pão (e muito vinho) e ficava se entretendo com os homens que eram comidos pelos leões nos coliseus romanos, os imperadores lavavam a égua de roubar, planejar e organizar seus sórdidos atentados contra aqueles que discordavam de seu modo de governar Roma e todo o Império Ocidental. Essa história muito se parece com a nossa, só que o esporte é outro, a bebida é outra, mas o intuito do entretenimento para nutrir a ganância e encher os bolsos, cuecas, meias, malas, estômagos, nariz e outros orifícios mais continua o mesmo.

"Pão e circo" era a máxima dos imperadores romanos para ludibriar o povo na Idade Antiga. Cerveja, futebol (e maconha) são os combustíveis da contemporaneidade para inflamar um povo ignorante que acredita que o jogo de futebol é decidido dentro do campo em 90 minutos por 22 jogadores,  02 técnicos e pela arbitragem.

Há muitos anos o futebol de mídia deixou de ser um esporte para ser um produto espetacularizado, em que os atores/atletas representam o futebol/arte ou entretenimento, em que a competição não existe mais, e sim um espaço de apostas onde o jogo é um produto vendido e que gera renda e lucro para o patrocidador, que por sua vez não pode ver o seu time perder, porque ele também perde.

Hoje o esporte de mídia acaba com a competição limpa a medida que imprime no atleta um preço. Ele passa a ter um valor no mercado do merchandising, portanto a sua roupa, sua comida, o creme de barbear, seu corte de cabelo, o restaurante que frequenta, suas preferencias sexuais ficam subsidiadas ao patrocinador.

Nesta perspectiva, acontece a coisificação do atleta. Ele perde a condicação de gente e ganha o status de coisa que tem preço. O seu maiô é testado pela Nasa e é deste material que depende sua performance para ganhar a competição...

Então eu sempre pergunto para os meus alunos: O que representa para o mundo, para você, nadar mais rápido, correr mais rápido? Pare e pense: treinar uma vida inteira para correr mais rápido...e daí?

Qual o sentimento de ter um time campeão ou rebaixado para a segunda divisão do campeonato brasileiro, que é meu caso, sou torcedora do Coxa, no diz seguinte? É um sentimento tão efêmero...bem diferente daquele intenso na hora. Porque é exatamente esse o objeto do desejo do esporte midiático. Fazer da massa um senso comum em relação ao sentimento sentido. O que causa fúria, raiva, sentimento de posse do título, da conquista, leva o torcedor a colocar para fora todas as suas frustrações pessoais, como se ele fosse o 12o jogador, faz dele alguém com super-poderes. E quando o time perde? A mesma coisa. Ele quer se vingar de tudo e todos, ele é o próprio vingador. Coloca para fora tudo de ruim e é capaz de matar e de morrer.

Tudo isto está na literatura. É fato. Já foi estudado. Mas, enquanto a educação continuar falida, haverão torcedores acreditando que o futebol, fórmula I e outros esportes de mídia são decididos no peito e na raça. Vou continuar arrumando minha árvore de Natal, quem sabe o Papai Noel estacione suas renas aqui na rua de casa né...rssss

4 de dezembro de 2009

10x1

http://www.youtube.com/watch?v=JyaCqm7oQdM&feature=related

Vitória dos Professores, alunos e funcionários da Universidade do Contestado Campus Caçador

O Poder Judiciário do Estado de Santa Catarina, através da 1ª Vara Cível da Comarca de Caçador, por decisão interlocutória despachada dia 3 de dezembro de 2009, determinou a suspensão dos atos do réu, a Fundação Universidade do Contestado Campus de Caçador, constantes nas assembléias gerais extraordinárias realizadas nos dias 6 e 21 de outubro de 2009, quando uma parte minoritária dos membros dirigentes da Instituição manifestaram-se pela não unificação administrativa da Universidade do Contestado e, em seguida, manifestaram-se pela transformação da Fundação UnC-Caçador em Fundação Universidade Alto Vale do Rio do Peixe – Funiarp, e do Campus de Caçador da UnC em Universidade Alto Vale do Rio do Peixe – Uniarp.


A decisão do MM. Juiz de Direito Dr. Fernando Speck de Souza foi tomada em atenção à Ação Ordinária (Autos 012.09.007168-0, de novembro de 2009) impetrada pelos funcionários e membros da Assembléia da Fundação UnC Caçador, professores Nilson Thomé e Vilson Pohlenz e sra. Rosana D’Agostini, que haviam solicitado deferimento de tutela antecipada para a suspensão dos efeitos das duas assembléias e dos registros do novo Estatuto da Funiarp, protocolados para registro no Cartório Cível do Município, logo em seguida às ocorrências. Os autores impetraram a ação incentivados pela maioria dos alunos, dos professores e dos funcionários desta Instituição de Educação Superior (criada em 1971 como FEARPE), sabidamente favoráveis à manutenção da UnC em Caçador, da forma como havia sido proposta pelo Ministério Público do Estado, e manifestadamente contrários à iniciativa dos dirigentes e outros parceiros pela retirada da UnC-Caçador do sistema mantenedor da Universidade do Contestado.

Com a decisão judicial, agora em primeira instância, perdem efeitos as decisões, tanto da Assembléia Geral Extraordinária da Fundação Universidade do Contestado Campus de Caçador do dia 6 de outubro de 2009, como da Assembléia Geral Extraordinária realizada dia 21 de outubro de 2009. Da mesma forma, deixa de ter efeitos o novo Estatuto da Funiarp registrado no 1º Tabelionato de Notas e Protestos de Caçador. Até ordem em contrário entende-se que não existe em Caçador, nem a Funiarp e nem a Uniarp, ou seja, é restaurada a integridade da Universidade do Contestado, com seu campus universitário onde sempre esteve, caracterizado como UnC, e é restaurada a existência legal e legítima da sua co-mantenedora, a Fundação UnC-Caçador.

Desta forma, imediatamente perdem efeitos os últimos atos praticados pelo Promotor de Justiça de Florianópolis que havia homologado as alterações estatutárias, perde efeito a resolução do Conselho Estadual de Educação que credenciou a Uniarp como substituta da UnC em Caçador, e perdem efeitos todos os atos praticados pela Instituição como sendo Funiarp ou Uniarp. A decisão, que restaura o status quo da UnC em Caçador existente até outubro de 2009, entretanto, permite que a Fundação UnC-Caçador possa vir a realizar futuras assembléias, manifestando-se sobre a unificação da UnC, e sobre possíveis alterações estatutárias, se assim vier a desejar, insinuando, desde que isso venha a acontecer dentro da lei.

Foram vários os argumentos dos requerentes, conferidos legitimamente, apresentados na ação contra as decisões unilaterais dos dirigentes da Fundação UnC-Caçador que contrariaram a vontade expressa da maioria dos professores, dos funcionários e dos alunos da UnC-Caçador, pessoas da sociedade caçadorense sempre presentes na Universidade do Contestado, mas, entre os diversos fatores que mais pesaram para a decisão judicial parcialmente em favor dos autores, está o da ilegalidade dos atos praticados, quando foi comprovado documentalmente que as assembléias não tiveram quórum suficiente para dar validade ao que se escreveu nas atas.

O MM. Juiz de Direito determinou que esta decisão fosse informada ao Governador do Estado, mormente porque divulgado em vários meios de comunicação de que viria a Caçador assinar o decreto de instalação da unidade, parecendo ser adequado que previamente tome ciência da situação. Também pediu ao Conselho Estadual de Educação e à Universidade do Contestado, que prestem esclarecimentos, e determinou o envio de cópia do processo do Dr. Aor Steffens Miranda, Promotor de Justiça Curador das Fundações. E, muito importante, dirigindo-se diretamente ao Ministério da Educação, em Brasília, o magistrado pediu para que se manifeste à Justiça a respeito dos reconhecimentos recentes do Conselho Estadual de Educação de Santa Catarina sobre os curso da UnC nos respectivos campi.

À esta decisão judicial de 3 de dezembro cabe à ré protocolar contestação, exceção e reconvenção, ou seja, cabe recurso ao réu.

Retirado do Blog do Professor Nilson Thomé, disponível em:

27 de novembro de 2009

O populismo volta mais canalha do que nunca!!

Ontem recebi um texto do meu colega, Coordenador Pedagógico da Universidade do Contestado, Professor Sérgio Dimas de Paula, sobre uma crítica ao filme do "Presidente". Tenho que socializar, porque coisas assim devem ser lidas por todos que realmentes são filhos do Brasil. Apreciem...



LULA, FILHO DO BRASIL

Chega-nos ao conhecimento mais uma demonstração de desequilíbrio psíquico do pífio representante da nação brasileira. A partir de sua ascensão, foram-se perdendo valores que cultivávamos como habituais normas de conduta. Essas mudanças são consequências das alterações semânticas, aceitas pelos órgãos jornalísticos, hoje, também, pouco afeitos à limpidez das ideias. Tais alterações são produtos dos erros de raciocínio e da falta de intimidade vocabular, que a incontinência verbal do senhor feudal, pela repetição, torna-as vernaculares. Tudo isso, aliado à esperteza de um espírito pusilânime, tem o poder de corromper os alicerces de todos os poderes da República.

Se a mentira passa à verdade; se o corrupto contumaz deve ser respeitado por não ser um homem comum; se uma organização terrorista, que inferniza os trabalhadores rurais, torna-se uma instituição lutadora em defesa dos direitos dos sem-terra, é transformar os antônimos negativos em palavras representativas de uma nova ética em curso.

Para que se consuma o novo dicionário da sordidez política brasileira, necessário se torna conhecer, a fundo, em todas as dimensões, o seu autor, personagem central de sua própria propaganda político-eleitoreira. O autoendeusamento torna-o réu confesso do desequilíbrio de que acima nos referimos. Considerar-se a si próprio Filho do Brasil, é exigir a legítima paternidade, a um país que já sofreu todos os vexames do filho que não passa de um bastardo. Como se não bastassem as ofensas de sua diplomacia, ofende-se mais ainda a nação, anunciando a sordidez de cobrar do país a herança que acredita ter direito e pretende obtê-la, através da delegação de poderes de seus iguais, nas urnas em 2010. É mais uma indenização cobrada ao país, considerado culpado pelo filho ilegítimo, pela tendência inata de sua família, de não ter vocação para o trabalho. O filme que ilustra a vida do responsável pela obra de estropiamento da língua, “coincidentemente” será levado à exibição em 1º de janeiro de 2010.

Regredimos ao populismo desenfreado do brizolismo e percebemos, claramente, a existência de dois Brasis: o que trabalha e estuda para o desenvolvimento nacional e o que vive de estelionato político, sorvendo os impostos pagos pelo primeiro dos Brasis. Em toda imoralidade, encontra-se a logomarca da Globo, que não pode perder dividendos, mesmo que seja patrocinando um retorno aos filmes da velha fase macunaímica da miséria colorida. Não há outro digno representante desse (para mim) repugnante personagem (Macunaíma) da baixa estima brasileira, criação de Mário de Andrade, que o etílico Lula.

Alguém da escória da personagem do filme em questão deve ter sido o idealizador do título e da narrativa. O embriagado de álcool e de poder tomou posse do Brasil e está alijando, aos poucos, a parte consciente da sociedade, mas ainda sonolenta, para os esconsos vãos que se tornarão guetos dentro em pouco, se não tomarmos uma veemente atitude. Já imagino esse filmeco sendo veiculado no agreste, nos sertões, arrebanhando os ingênuos e estimulando-os ao analfabetismo, à bebida e à rebelião. A pressão para um conflito entre brasileiros está se fazendo prenunciar no horizonte. Esta indecência de filme, se consentirmos, se não reagirmos, se não clamarmos contra a mídia que lhe dará vida, poderá servir de estopim para tomadas de posição sérias que não vão deixar de fora a guarda particular do ébrio presidente: o MST.

Como dizem os traficantes do Rio, "está tudo dominado". Eles sabem o que dizem, infelizmente. Tudo está dominado, porque está corrompido pelo dinheiro fácil em troca da traição e da sabotagem. Apenas por patriotismo, sem levarmos nenhuma vantagem, porque pertencemos a outro grupamento ético, que não leu o glossário lulista, sabotemos o filmeco do "palhaço de Garanhuns", desde já, para que, no ato da divulgação, caia no ridículo o Filho bastardo do Brasil, que bem poderia ser o Filho de outra coisa que já sabemos o que é. Embora não pareça, o caldeirão da divisão de classes já começou a esquentar. Como não tem a coragem de seu comparsa Chávez e é um poltrão como o Zelaya, usa desses artifícios ultrapassados, mas que caem como uma luva sobre a multidão de ignorantes do interior do país.

Aileda de Mattos Oliveira

Prof.ª Dr.ª de Língua Portuguesa

Acesse o Currículo Lattes da Professora:

http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.jsp?id=K4727091U5

26 de novembro de 2009

Posse do Centro Acadêmico de Pedagogia da FAFI/UV


Hoje foi um dia histórico. Aconteceu a posse do Centro Acadêmico de Pedagogia da FAFI de União da Vitória - Professora Maria Sidney Barboza Gruner e do Centro de Estudos em Educação - Professora Ivete Mazzali - CEEPIM. O Centro Acadêmico foi criado em 2003 e o CEEPIM em 1985, mas ambos estavam desativados desde 2007. Fazem parte da diretoria, Fernanda Aparecida Doline/Coordenadora Geral, Janice Raut Oleinik/Vice Coordenadora, Kelly Francisca de Castilho/Secretaria, Michelly Fink/Coordenadora de Finanças, Silviane Maria Vauruk/Coordenadora Cultural, Loriziane Elvira Marcondes de Albuquerque/Coordenadora de Imprensa, Marcos dos Santos/Coordenador Pedagógico e eu, oradora. Fazem parte da chapa como auxiliares, Marcela Mazur, Sandra dos Santos, Suzete Rossa Seger, Silvana Aparecida Chagas Serpa, Gabriela Fagundes de Oliveira, Lauriana Mara Rubbo, Elisangela Baiak Novicki, Débora Passos Guimarães, Ana Carla Flissak, Sonale Aparecida Samonek, Aline Schimidt Zelinski, Camila C. Banak, Jéssica Andressa Laroca, Marluce Rankel, Juliane Aparecida Vladcovski, Suélen Maiara de Souza, Rosicler Ferreira de Alcântara.


Sucesso para nós!!!!



Para quem eu trabalho.

Ontem, procurando alguma coisa no oráculo (Google), encontrei por acaso um link que ia para o Currículo Lattes do Diretor Acadêmico da Universidade que eu leciono. Um momento de felicidade. Como é bom admirar o chefe. Demorei meia hora para dar uma olhadinha rápida nas produções dele, e eram produções consistentes, não um monte de coisas sem nexo, só para engrossar o caldo.

Há muito tempo tenho esta percepção, quando trabalhamos em uma escola que, visivelmente o gestor sabe bem menos que você, é muito doloroso. É como o aluno entrar na sala e encontrar um professor e não um Professor, ou seja, alguém que não atinge suas expectativas em relação ao conhecimento esperado. Como ir ao médico e ele falar, falar, falar, falar e não diagnosticar nada. Trocando em miúdos, é frustrante. Mas tive um momento pleno de felicidade mesmo, já havia percebido isto nos discursos dele, sem ler papel nenhum, na postura e na maneira de administrar a Universidade como uma escola, e não como uma empresa. Enfim, por isto ele está a frente de uma Universidade, coisa que não é para qualquer um!! Ufa, ainda bem!! Nem tudo está perdido!!






25 de novembro de 2009

Hoje vou falar do meu paiê.


Meu pai. Percebam o apelido: João Louco, ou Crazy John, mais rebuscado pelos meus amigos. Um sujeito com uma história muito interessante. Tenho muito orgulho dele por ter muitos valores perdidos que já não encontramos há muito tempo nas pessoas: honestidade, gratidão, humildade e um incrível senso de proteção com todo mundo. Vou contar uma das passagens dele.
Há poucos meses, um conhecido sujeito que vive nas ruas lá em Palmas, que bebe, dorme na rua, as vezes vai preso ou internado, pede esmolas e vive da caridade dos outros, que foi aluno da minha mãe há uns 30 anos, entrou de fininho pela porta dos fundos da nossa casa. Minha mãe estava sozinha em casa, e o vizinho viu quando ele entrou, quando meu pai chegou em casa ele logo tratou de avisar. Meu pai entrou logo, e se deparou com o sujeito na cozinha, espiando na sala de TV, enquanto minha estava distraída na sala de jantar. Meu pai não exitou. Deu logo uns murros no sujeito e tirou-o aos pontapés de dentro da casa. Minha mãe foi ver o que estava acontecendo e ficou com dó do sujeito, que disse que estava ali para pedir dinheiro para comprar "a mardita". Meu pai, tirou "5 pilá" do bolso e foi rolando o pobre escada abaixo. Fechou o portãozinho da frente e entrou para tomar café. Depois, deitou um pouco no sofá preferido, leu umas páginas de jornal, levantou, fez umas ligações e falou para minha mãe: "Muié, vou dar uma saída". Bem ao estilo João Louco (quem conhece ele deve ter rido). E se foi. Depois de umas 2 horas voltou mais tranquilo, contando o seguinte para a "muié":

"Muié, encontrei o Nego, tava no bar do Eloi. Deusolivre, cheguei lá e disse pra ele: homem do céu, quase que te mato, não faça mais isso, como que você foi mexer com a Muié? dá próxima vez me peça dinheiro que eu te dou. Deusolivre, você é nosso amigo, amigo da menina (no caso eu), a Muié te quer bem. Dai ele me abraçou. Com a cara toda machucada. Coitado. Mas levou um susto, acho que nunca mais entra na casa de ninguem. Daí dei deizão para ele. Mas ficou feliz que nossa. Jogamos duas partidinha de sinuca, tomamos duas e tudo certo. Agora vou deitar mais um pouco".

E a mãe me contando depois, me dizendo que ele sempre foi assim, não consegue guardar mágoa de ninguém, foi lá e ainda aconselhou o sujeito. Se fosse outra pessoa, sabe lá o que ia ter feito.

Bom, e sem contar que ele tem um senso de humor impressionante. E uma paciência de Jó, porque para aguentar a Dona Eloyna, intelectual, que sempre tem razão e sempre foi assediada por todas e todos não é para todo mundo.

Ainda bem que tenho este pai, não ia gostar se tivesse outro.
Depois que entendi que a figura sacra de pai e mãe não existem, passei a conviver bem melhor com eles.
Ainda bem!!

24 de novembro de 2009

O que é a liberdade?


Quando fui á Cuba apresentar um trabalho em um Congresso sobre Educação, duas coisas me chamaram a atenção: a beleza da ilha e a intelectualidade do povo. Ontem, estava rolando canais na TV e escutei uma entrevista ao vivo da blogueira de Cuba, Yoni Sanches, que ficou famosa por postar suas agruras para o mundo, sem medo das retaliações que sofreria, e de fato sofreu. Aconteceu é claro, tudo o que todos queriam. Virou notícia mundial, e logicamente que o Barack não poderia se omitir de receber a moça para discutir política internacional, e revelar seu maior sonho: fazer as pazes com os Castro. Bom, todos sabemos que o mundo gira em torno do tal conceito de "auto-regulação" das coisas. Que a célula forte regula a frágil para produzir, gerar, ganhar e lucrar para ela. Isto é mais ou menos parecido com a Lei de Darwin para a economia neoliberal, que gerou a globalização do livre comércio (ou vice-versa). Os mais ricos dominam os mais pobres. E nexte contexto, a educação ao longo dos anos tem contribuido muito para isto,  para que os mais ignorantes continuem ignorantes e sejam facilmente domesticados pelos intelectualmente favorecidos ou mais espertos. Um exemplo: vamos combinar que receber o Presidente homofóbico que está testando ARMAS nucleares para fins PACÍFICOS não é um ato muito  inteligente!! Mas voltemos a Cuba. Quando estava lá, perguntei a Isabel, minha xará, arrumadeira do nosso quarto, se podia conversar com ela sobre o regime socialista, quem sabe até visitar a casa dela e tal, e ela prontamente falou: olha, vamos conversar sim, até porque ninguém até hoje me perguntou nada sobre o que eu penso sobre tudo isto. Ela tinha na época, 2001, 46 anos, 4 filhos, o marido era taxista. Ela, graduada em Turismo e o marido em Economia. Tinha um filho na vila olímpica treinando Box, os outros 3 na escola e todos muito perspicazes, segundo ela. A minha primeira (e última) pergunta foi: Isabel, você se sente presa aqui em Havana? E ela me respondeu, olhando dentro dos meus olhos: E você Izabel? Se sente livre? O que é a liberdade para você? E continuou:

"Eu não posso ir para os Estados Unidos, mas quantas pessoas não podem, não porque não são livres, mas porque não tem dinheiro para ir e quando vão, não sabem nada sobre a história do país que visitam, não sabem nem o nome do Presidente, não conhecem um museu, não conhecem as pessoas, não conhecem nada de importante sobre o que deveriam conhecer para se conhecerem também. Eu gostaria muito de ir para o Rio de Janeiro, tenho uma prima que foi para lá, mas sei que ela perdeu um filho porque ele começou a usar drogas, e parece que o marido não arranjou emprego. Eles estão morando em um barraco de lona, eu não sei como é isso, não consigo imaginar. Izabel, imagine se você ficasse um mês morando em uma casa de luxo, com muito dinheiro para gastar com quisesse, comendo todas as coisas que tivesse vontade, se sua família estivesse com você o tempo todo, você iria gostar? Agora imagine conhecer isto, saber que isto tudo pode ser seu e um dia alguém vem e tira tudo de você e diz: a casa é uma guarnição, o carro é um meio de transporte, a comida é para dar saúde e o trabalho é fundamental para você educar a sua família na dignidade, no respeito. O que você faria?"

Eu entendi aquele desabafo e não consegui falar mais nada. Estava claro que ela concordava e discordava de muitas coisas no regime. Depois de algum tempo fiz um correlação das nossas conversas com a Teoria de Caverna. Nenhuma ditadura é concebível. Ninguém pode impedir o outro de enxergar além das sombras. Mas a pior de todas as ditaduras, sob a perspectiva da Isabel, é a mascarada, e foi isto que nas entre linhas, ela me disse. E é esta que nós vivemos. Depois de mais duas conversas com ela mudei muitas coisas sobre a forma de pensar, logo agir. Mas o melhor foi em uma das noites, escutando o ministro da Educação, no Teatro Karl Marx, falar que em Cuba todos são livres, de pensamento. E ele não mentiu. Exemplo disto: Yoni Sanches.

Nós também não somos livres, posso dar inúmeros exemplos: o analfabetismo no Brasil hoje faz com que 10% da população não consiga viver em sociedade, estão presos em outro mundo; a miséria que assola milhões de brasileiros, é só olhar para o lado e ver, gente que não tem o que comer em uma país como o Brasil, é INACREDITÁVEL, estão presos na falta do que fazer para se manter; a educação falida, que gera o ANALFABETO FUNCIONAL, porque pior do que aquele que não sabe é aquele que "acha" que sabe alguma coisa, os alunos sabem ler e escrever mas não sabem pensar e refletir sobre o que leram, é comum nós ouvirmos do aluno: li, li, e não entendi nada, estão presos em uma dimensão cognitiva inferior; o assédio moral, que impede que o empregado se manifeste livremente e trabalhe em paz, prendem ele em um universo de tirania desumana e ainda chamam ele de colaborador; e o que falar da exclusão das minorias, das contra-culturas que fazem parte da tão discutida biodiversidade?; o caos nos três poderes, o legislativo que não faz e não regula leis de maneira sensata, o executivo não executa se não for subornado e o judiciário julga com lentidão e, quando julga e condena, solta pelas brechas da lei do legislativo!! Estamos presos sim, e não podemos recorrer a ninguém, e pior, não temos um povo educado para pensar. Como diz a letra da música do Geraldo Vandré: "Na boidada já fui boi, mas um dia me montei...", temos que deixar de ser bois, aprender a montar e eleger gente competente que ao menos saiba segurar uma rédea, porque o que temos visto são políticos de buçal e cabresto.

Para sermos livres, é preciso acreditarmos que o carro é um meio de transporte, que o celular é um meio de comunicação, que o dinheiro é bom sim, que o capitalismo é bom sim. Mas que o acúmulo de dinheiro e o sistema de vida que ele pode comprar podem fazer de qualquer pessoa um ditador e, desta forma, esta pessoa pode tirar a liberdade de várias outras. E sem que elas percebem (porque são os bois da música do Geraldo Vandré), viram presos de suas próprias vidas livres.

O blog da Yoni é muito interessante, tem muitos comentários sobre os posts que ela faz, mas tomara que ele não seja utilizado (de forma utilitária) como mais uma arma de auto-regulação a favor do neocapitalismo, porque se usado contra a tirania de um governo é uma coisa, mas pró E.U.A. é outra coisa.
Quando comecei a escrever aqui a primeira coisa que me falaram foi: cuidado, você pode escrever coisas que muitas pessoas não vão gostar de ler. Que liberdade é essa?
O fato é que a verdade sempre foi sinônimo de crime, no Brasil e no mundo.
Por que será que Sócrates teve que tomar sicuta e cometer suícidio? Porque foi acusado de buscar a verdade dos fatos. A verdade é antecessora da liberdade.

19 de novembro de 2009

Mulheres fortes da família.



Clã Ribas: Da esquerda para a direita: Ruth Ribas (in memorian), Gladys Regina Ribas Campagna, Ermelina Ribas Stalchmidt (in memorian), Cida Ribas Mazalotti , Eloyna Ribas Rodrigues, Eroni Ribas, Odette Ribas Rampazzo.

O sentido da aula.

O que é uma aula? Como compreender o significado do aprender para se modificar verificando isto sob os dois enfoques: do aluno e do Professor. Sim, porque a aula é o espaço destinado e legítimo para que o conhecimento se estabeleça de fato e de direito. O aluno tem direito que isto aconteça e o Professor tem o dever de fazer com isto se torne real para que ele próprio se legitime. Eu sempre escrevo o nome do Professor como se fosse um nome próprio, começando com P maiúsculo, por creditar nele um respeito maior mas não em detrimento daquele destinado ao aluno. Muito pelo contrário, neste respeito estão intrínsecos responsabilidades e uma hierarquia de autoridade suprema diante da magnitude do sentido do que é ensinar. Espero ter explicado. Ao Professor cabe mediar conhecimentos visando modificar o aluno em relação ao seu "eu" no mundo nos mais variados aspectos. Em um sentido epistemológico, o Professor transforma a sua aula em um espaço de transformação para a evolução do aluno, que por sua vez poderá modificar o seu ambiente. Então não consigo mais compreender como um Professor ensina, no sentido de domesticar, um conhecimento disciplinar de forma estanque, sem fazer uma correlação entre outros conhecimentos, entre outras coisas, entre o mundo que será vivido, não dando um significado daquilo para o aluno. Daí vejo alunos falando de Comte como se a teoria dele fosse aplicável nas escolas atuais, como se Montaigne fosse fundamental para a educação contemporânea, e pior, como se fosse natural aplicar um método de ensino de Piaget em qualquer escola para qualquer criança em qualquer situação. Por analogia, é a mesma coisa que o baterista do Capital Inicial estivesse tocando na banda do Chitãozinho e Xororó e todo mundo que estivesse ouvindo fizesse uma incrível suposição: Dinho Ouro Preto era o compositor das músicas. Como se uma linguagem fosse usada por outra indevidamente, fazendo de conta que está tudo certo, normal. Posso dizer que o analfabetismo funcional é uma das formas mais cruéis de compreender o sentido da aula hoje. Partindo do pressuposto que o aluno mastiga e engole tudo que é servido pelo Professor, sem que haja um discussão, e o Professor aceita a teoria criada pelo aluno, porque também não tem argumentos de discussão. A aula hoje está fragilida pela falta de conhecimento do Professor, e quem sofre com isto é o aluno, que por sua vez não tem vontade de verificar se o que o Professor fala é verdade ou não. Só o que lhe interessa é a nota. Se no fim tirar nota 10,0 (que signfica 100% do conhecimento adquirido) o Professor é "gente boa". Quando o Professor pede um trabalho de pesquisa, o aluno consulta e evoca o oráculo (Google) e eis que surgem 16.000 fontes, mas ele, que geralmente não sabe o significado da palavra pesquisa, porque se soubesse não estaria ali, faz logo a impressão do primeiro Link.

Quando o Professor realmente dá uma aula de verdade, o aluno acha "um saco" e quando o aluno apresenta um trabalho consistente e fundamentado ele é chamado de "nerd". Lógico, há muito tempo vivemos em uma inversão total de tudo, o melhor Professor é aquele professor, com p minúsculo, que dá nota boa, é bonzinho, não cobra nada, todo mundo passa de ano, as avaliações praticamente inexistem, ele sai com a turma, frequenta churrascos, paga a cervejada, suas aulas são com Datashow tipo aulão de motivação que todos da turma saem felizes, só usa apostilas, não dá livros para ler, (e ele sempre diz, para que ler? hoje tudo que precisamos esta na "Net") e por aí vai. E o que falar do aluno bom, aquele que cola, gazeia, passa a conversa no Professor, é popular entre as meninas ou é a gostosa entre os meninos, usa drogas lícitas e ilícitas e as vezes vai "chapado" fazer a prova, nunca entrega trabalhos no prazo, entra nos grupos de trabalho e nunca faz nada mas o nome dele sempre está lá (mesmo que escrito a caneta embaixo dos outros que já estão digitados), falta na hora de apresentar a parte dele ou quando apresenta queima os outros, apelida todo mundo principalmente os famosos "nerds".

Eu, ao contrário de quase todos, prefiro os nerds, porque são esses alunos que fazem com que a minha aula seja legítima, com que eu me sinta necessária neste processo todo chamado de educação. Faço minhas aulas para todos, mas sinto que minha obrigação é recuperar os alunos que não são nerds, e transformá-los. Desta forma, ao menos, eles serão Professores com P maiusculo, e estarão modificando a vida dos seus alunos assim como eu um dia ajudei a modificar a vida deles. Espero que eles entendam como é importante ser Professor nesta relação de transformação e evolução social, e o quanto é mister ter conhecimento para dar uma aula. Tomara que eles entendam o valor da aula, assim como eu entendi, e consigam refletir sobre a complexidade das teorias que fundamentam a educação. Ao contrário de muitos Professores analfabetos funcionais, que ainda não saíram da obscuridade do século XIX. Que não conseguem ver que Comte, Montaigne e Piaget formularam teorias que podem ser utilizadas dentro de um determinado contexto, auxiliadas por teorias atuais reconstruídas, reformuladas, resignificas para o século XXI.

O meu maior medo não é ficar velha, e sim obsoleta. Isto independe da idade cronlógica.



13 de novembro de 2009

Divagando...

Hoje lavando louças, formulei uma espécie de premissa quase a altura da grande Simone de Beauvoir (embora não seja feminista, percebe-se):
O homem mediano tem medo da mulher forte então, para se auto-afirmar, protege, se esconde e prefere as bem mais fracas.
Isto acontece também entre os mesmos sexos e diria que entre as relações de poder. Quase uma cópia da tese do Maquiavel, com mais convicção da verdade e da aplicabilidade dela em nosso cotidiano. O indivíduo mediano se alia (mancumuna...rsrsrsrs)aos mais fracos, já que sobre eles seu poder é garantido, para poder vencer o mais forte. Este por sua vez, não está nem aí. Vive tranquilamente. As vezes olha para baixo e percebe o que está acontecendo, como consegue ver além do que os olhos mostram, joga a corda para que os mais fracos se salvem e não fiquem sendo usados como molas propulsoras para que o mediano alcance seus objetivos. E assim é a vida. Um emaranhado de fenômenos que estão se modificando em todo momento, pulsando, latentes, para que nós, nosso cérebro não descanse nunca, nem na hora de lavar louças!! Quando Beauvoir escreve o Segundo Sexo em 1949, a discussão acerca da valorização da mulher na sociedade pode ser compreendida sobre a importancia das relações humanas que são estabelecidas não apenas no fazer determinada tarefa, mas sim no estar completos no meio ambiente onde a mulher ou homem estão. Sarte vivia com ela, e todos os dias escutava premissas como a minha. Então maridos, namorados, namoridos, se conformem. Existem mulheres que também pensam enquanto fazem tarefas corriqueiras. Assim como existem mulheres mais fortes que outras, por sua vez existem as medianas e mais fracas. Pensando em tudo isto, creio que os medianos e as medianas são os mais temíveis...iiii!! seria está uma nova premissa? Fica para uma outra hora, ainda não acabei de lavar as louças.





12 de novembro de 2009

Lançamento Revista Época - A Semana

Acredito que grande parte de vocês já devem ter visto este filme do lançamento da Revista Época, feito pela W/Brasil em 1998, vencedor do Gran Prix no Clio Awards de 2000. O mérito da criação foi muito discutido, mas o interessante é que há muito não se vê nada tão inteligente, independente de quem tenha criado e quando isto tenha sido concebido. Um fato que poderia ser repensando é o da coletividade, enquanto uns ficam querendo discutir a quem pertence a ideia, uns poucos se permitem admirar a criação. O Clio Awards é o Oscar da publicidade, oferecido desde 1959 nos Estados Unidos.
Por este fato, sugiro um resgate do imaginário.


http://www.youtube.com/watch?v=KU7pUs2opis

E o backup?

Fiquei 3 dias sem escrever, já estava com saudade!! E tanta coisa aconteceu de lá para cá. Até um apagão!! Quem diria? E o backup? A palavra do momento? Caso o sistema principal falhar o segundo sistema, que é o redundante, está lá, para salvar a humanidade. Eu não sei mas creio que é para isto que também servem as outras usinas geradoras de energia. Como por exemplo, na falta de uma a outra supre a necessidade. Mas então? Quem vai pagar o prejuízo da carne moída de 2a que descongelou? Porque o prejuízo do bacalhau que estava estocado certamente será ressarcido, juntamente é claro com todo o restante dos TVs de plasma que "ciruitaram" na hora do grande evento. O pior é que é só nestes acontecimentos que o Brasil ganha atenção nos maiores jornais do mundo durante 2, 3 dias. Como no link do New York Times, que traz a notícia e um vídeo, além da afirmação do Ministro Edison Lobão, dizendo que o sistema do Brasil não é falho, e sim um dos mais seguros do mundo. No entanto, as intempéries são variáveis não controladas pelo homem (ledo engano) e, na visão do governo, não houve sabotagem como cogitou-se nos apagões ocorridos em outros anos. Mas o mais triste mesmo é ver que agora este evento vai tomar a atenção de muitas outras coisas, apagando ou ofuscando o brilho de outros casos graves que deveriam também ser notícia de mídia e sumiram do ar, como o caso de nepotismo do Sarney, os milhões desviados na elaboração do Pan no Rio, a Dilma que pediu ou não pediu favor para a Dona Lina, ex-funcionária da Receita Federal, e tantos outros que na mesma velocidade e fúria que aparecem, de repente, somem. Eu fico com a melhor notícia do ano, que é quase unanimidade que os atletas que vieram para as competições disputadas na Copa do Mundo de Futebol e nas Olimpíadas no Brasil terão de usar coletes a prova de bala. Será que muitas competições irã acontecer em Brasília? Porque se isto acontecer, é melhor virem bem protegidos, porque é de lá que vem a maioria das balas perdidas que estão dilacerando com o país, por sua vez ricocheteando nos estados e vindo parar diretamente em nós, nos municípios, nos munícipes. Só espero que não falte luz novamente, porque além de bala perdida os gringos poderão ser até saqueados, em Brasília é claro!!

O link do New York Times:

http://www.nytimes.com/2009/11/12/world/americas/12brazil.html?_r=1&scp=1&sq=S%C3%A3o%20Paulo&st=cse

9 de novembro de 2009

ENADE

O Exame Nacional de Cursos foi aplicado em todo Brasil no fim de semana passado. O objetivo é verificar a quantas andam o ensino superior brasileiro em relação aos conteúdos previstos para cada curso. Ou seja, cada Instituição de Ensino Superior, quando oferece um curso, precisa dar conta de um conteúdo previsto nas diretrizes curriculares deste curso, o ENADE então verifica por meio da prova, se o curso está ou não cumprindo com este compromisso assumido com o Ministério da Educação e, sobretudo, com o aluno. Então o aluno, se foi consciente, faz o máximo possível para realmente mostrar como está a IES que ele estuda, porque este resultado mostrado pela prova dele, somado a avaliação institucional em relação ao corpo docente, biblioteca, pesquisa e extensão, estrutura etc, irá dar o raio-x do curso superior, que como o próprio nome diz, é superior. Portanto, tem que ser superior mesmo. Porque não adianta ter um diploma de curso superior e ficar se enganando não é minha gente? Eis a pergunta que sempre faço para meus alunos: quando vocês houvem falar de fisioterapeuta trabalhando de frentista em posto de gasolina, administrador empacotando compras em supermercado, nutricionista secretariando em consultório de dentista e advogado que não passa nem na primeira fase do teste da Ordem na 6a tentativa é porque??? Falta emprego?? O aluno egresso é o culpado?? Minha gente, John Dewey disse: se o aluno não aprendeu foi porque o Professor não ensinou, salvo raras excessões. O ENADE tem duas faces, mas acreditem, a melhor delas não é o ranqueamento feito todos os anos entre as IES, que insistem em contar para todos quem é a melhor do sul do mundo. Ou vejamos, essa comparação poderia sim existir, mas comparar entre a number one e a local. Que tal? E como dizem por aí, de uma desgraça ninguém está livre, vai que o frentista formado no ensino fundamental é bem mais competente, o empacotador de supermercado deficiente mental é bem mais gentil e a secretária de dentista aposentada sem formação nenhuma é bem mais educada?? E o advogado que se formou na Universidade que não faz festa, não faz grandes bailes, que cola grau no gabinete, passa no teste de primeira e ainda, em primeiro (!!), pelo menos tem seu diploma reconhecido porque tem conhecimento, coisa que o faz diferente das outras pessoas. O que difere um homem do outro não é o que ele TEM e sim o que ele É, o que ele SABE. O ter é relativo, ter é portátil. O ENADE verifica isto, é um discussão muito mais filosófica do que uma mera comparação entre um IES e outra.

Entre no site do INEP e veja o objetivo REAL do ENADE.

Acordo ortográfico, por Professor Ernani Pimentel.

No dia 04 de novembro aconteceu em Brasília, uma audiência pública no Senado, em que o ilustre Professor de Português, Ernani Pimentel, apresentou uma palestra (de verdade, e não um show de motivação no qual estamos acostumados a presenciar), sobre a urgência em promover uma discussão democrática e participativa acerca da reforma ortográfica brasileira, que sofreu modificações pela ABL, Academia Brasileira de Letras, quando lançou o VOLP, Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa. O acordo foi assinado em 1990, baseado em acertos trascorridos em 1975 e só agora, no século XXI entraram em vigor. No entanto, inúmeras modificações foram feitas ilogicamente, apontadas pelo Professor e endossadas por grandes como o Presidente da Academia de Filosofia, Leodegário Amarante de Azevedo Filho, pelo ex-ministro Cristóvão Buarque, além de 11.000 pessoas que assinaram um abaixo-assinado defendendo uma reforma da reforma, sendo que deste universo, 4.600 são Professores de Português.

Leia mais sobre o assunto que interessa a todos nós no site oficial do Professor Ernani Pimentel:

6 de novembro de 2009

Formação de Professores em Harvard.

Estava lendo emails e lembrei de entrar no meu Currículo Lattes para atualizá-lo aí resolvi socializar um link que sempre entro para me inspirar. Do quadro de professor da escola de educação da Universidade de Harvard, EUA. Além de gostar muito do layout do site deles, entro as vezes para me inteirar das publicações e cursos, e tal. Quando clica em cima do nome dá para ver o currículo resumido do professor. Não sou muito fã do sistema de ensino norteamericano norte-americano, ainda não sei bem a regra, mas admiro a formação do professor que forma outro professor. Lá pelo menos, pode até haver uma doutrinação neoliberal, mas o aluno sai sabendo o que é neoliberal. Ao contrário daqui, que nem o professor sabe o que ele próprio diz que ensina. Por hoje chega. Vou terminar de ler um texto sobre co-educação para ver se um dia chegar chego lá, não em Harvard, mas com um currículo "mais ou menos" igual aos dos professores de lá. Como dizem por aí, se for praga que pegue!!!

Este é o Link:

Entre aspas que eu não aguento ouvir nem ler.

"Quem vive de passado é museu". Gente do céu. Quem acredita que isso é verdade que me desculpe, mas é muito medíocre.

"O professor é o profissional do futuro". Primeiro que professor não é profissional, é professor. Ponto. O professor é. Sempre vai ser. Nunca foi ou vai estar. Ele é. Não existe ninguém pior ou melhor na sociedade, todos são necessários e fundamentais, desde o gari até o astronauta.

"Mente sã em corpo são". Ainda ontem eu escutei essa máxima cartesiana, como se fosse um dos propósitos da Educação Física na escola. Quase infartei.

"O nosso objetivo (do Colégio) é formar para o MERCADO DE TRABALHO". Isto mesmo, para que humanizar os alunos né? Vamos formar pessoas para acumular capital, o primeiro livro que os alunos tem que ler é Riqueza das Nações do Adam Smith, mas com uma reflexão "a lá" Margareth Tatcher, lógico. Não importando se eles irão se tornar grandes cafajestes, burocratas (hehe), ladrões, pedófilos, corruptos, etc, se tiverem uma grande conta bancária e uma esposa com grandes próteses serão bem aceitos na sociedade.

"No banho". Gente, avisar que está no banho no MSN...A crônica do Arnaldo Jabor sobre isso vale a pena ler. Pelo menos para refletir.

"Ordem e Progresso". O Positivismo de Comte influênciou a política do Brasil em um momento crucial, no entanto, todos nós sabemos que é no caos que está o progresso. Nos momentos de angustia, de medo, de desordem que a evolução acontece. A revolução faz ebolir a evolução.

Por ora é isto. Vou voltar a arrumar a casa. Adoro esta minha vida de tudo ao mesmo tempo. Enquanto muitos fazem um pouco do nada, eu experimento muito de tudo. Graças a Deus. Isto é pulso, é vida. Sem aspas.

Veja a crônica do Arnaldo:

E agora Caçador?

UNIARP é um bom nome. Não tão bom quanto Universidade do Contestado, com 40 anos de tradição, respeitada, criada por gente compromissada, com ideais, ideologias, não é a toa que idealizaram uma fundação comunitária. Pois é. E agora? Vocês não vão fazer nada? A população não vai fazer nada? Os alunos vão desistir dos cursos, vão esmorecer, vão fazer exatamente o que manda o figurino de quem não quis se unir para não dividir o poder? Sou professora do curso de Educação Física da UnC de Caçador desde 2006. Adoro lecionar neste curso, a energia dos alunos mas e sobretudo, uma coisa sempre me chamou atenção quando ia a Caçador. O espírito de Universidade que ronda o prédio, os corredores, aquela pequena sala dos professores com todos aqueles escaninhos com nomes de gente muito importante, aquela passarela linda. O espírito de academia, daquela academia criada por Platão. Quando fecho os olhos eu sinto o mesmo quando ando nos corredores da UFSC, da UFPR, UNICAMP, das grandes. Senti quando andei nas Universidades em Cuba. O espírito do conhecimento, não sei explicar como é, mas é uma sensação sui generis. Caçador tem isto. Pena que os gestores não sintam isto, porque ninguém sente o que não sabe apreciar, ninguem fala do que não conhece, ninguem ensina o que não sabe. Um dos capítulos do meu projeto de tese fala sobre os conceitos de homem e ensino ao longo dos séculos XIX, XX e XXI com o advento da Revolução Industrial, capitalismo e agora neocapitalismo e globalização. Desde então, o que fala mais alto é o dinheiro, e a burrice paralelamente. Mas eu adoro conversar com gente assim. Eleva meu ego, me faz ver que vale a pena estudar, que vale a pena ler e conhecer para poder compreender porque o mundo está do jeito que está. Mas tem o outro lado da moeda, as vezes me faz sofrer, de ver que 40 anos de trabalho e dedicação de um grupo de grandes homens e mulheres de Caçador, que abnegaram de muitas coisas em sua vida sem pedir nada em troca (tinham o grande salário de Professor !!!), para contribuir como fizera Platão, com a evolução de uma sociedade. Trabalhando para que esta sociedade tivesse a oportunidade de pensar suas próprias ideias, formar seus conceitos, refletir e opinar com sapiência, com erudição. Minha gente, o que fizeram os seguidores de Platão, defenderam suas ideias ou viraram-lhe as costas? Pensem nisto.




5 de novembro de 2009

Sobre os cursos de Pós - Mestrado e Doutorado - no Paraguai, Argentina, Uruguai e Brasil.

Capes esclarece revalidação de diplomas no MERCOSUL
27/10/2009
Em relação à revalidação dos diplomas obtidos no MERCOSUL, a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) esclarece que:

1.A Capes não é responsável pelo reconhecimento dos diplomas estrangeiros;

2.Para ter validade no Brasil, o diploma concedido por estudos realizados no exterior deve ser submetido ao reconhecimento por universidade brasileira que possua curso de pós-graduação avaliado e reconhecido pela Capes. O curso deve ser na mesma área do conhecimento e em nível de titulação equivalente ou superior (art. 48, da Lei de Diretrizes e Bases da Educação).

3.Os critérios e procedimentos do reconhecimento (revalidação) são definidos pelas próprias universidades, no exercício de sua autonomia técnico-científica e administrativa;

4.Estudantes que se afastam do Brasil para cursarem mestrado ou doutorado no exterior com bolsas concedidas pela própria Capes e outras agências brasileiras também passam pelo mesmo processo de reconhecimento;

5.Por força de lei, mesmo os diplomas de mestre e doutor provenientes dos países que integram o MERCOSUL, estão sujeitos ao reconhecimento. O acordo de admissão de títulos acadêmicos, Decreto Nº 5.518, de 23 de agosto de 2005, não substitui a Lei maior, portanto, não dispensa da revalidação/reconhecimento (Art.48,§ 3º, da Lei de Diretrizes e Bases da Educação) os títulos de pós-graduação conferidos em razão de estudos feitos nos demais países membros do MERCOSUL;

6.O parecer 106/2007 do Conselho Nacional de Educação orienta: “A validade nacional de títulos e graus universitários obtidos por brasileiros nos Estados-Parte do MERCOSUL requer reconhecimento por universidade brasileira que possua curso de pós-graduação avaliado, recomendado pela Capes e reconhecido pelo MEC. O curso deve ser na mesma área do conhecimento e em nível de titulações equivalentes ou superior (Art. 48 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação)”;

7.A Capes alerta, ainda, que tem sido ampla a divulgação de material publicitário por empresas captadoras de estudantes brasileiros para cursos de pós-graduação modulares ofertados em períodos sucessivos de férias, e mesmo em fins de semana, nos Territórios dos demais Estados Parte do MERCOSUL. A despeito do que é sustentado pelas operadoras deste comércio, a validade no Brasil dos diplomas obtidos em tais cursos está condicionada ao reconhecimento, na forma do artigo 48, da LDB;

8.O Acordo para Admissão de Títulos e Graus Universitários para o Exercício de Atividades Acadêmicas nos Estados Partes do MERCOSUL, promulgado pelo Decreto nº 5.518, de 2005, instituiu a admissão de estrangeiros em atividades de pesquisa no país, como bem explicita o Parecer CNE/CES nº 106, de 2007, o qual, homologado pelo Ministro de Estado, deve ser rigorosamente cumprido por todas as instituições de ensino superior;

9.Especial cautela há de ser tomada pelos dirigentes de instituições públicas, não apenas no sentido de exigir o reconhecimento dos eventuais títulos apresentados por brasileiros, mas, também de evitar o investimento de recursos públicos na autorização de servidores públicos para cursarem tais cursos quando verificado o potencial risco de não reconhecimento posterior do respectivo título;

10.A Capes entende que quem sustenta a validade automática no Brasil dos diplomas de pós-graduação obtidos nos demais países integrantes do MERCOSUL, despreza o preceito do artigo quinto do Acordo de Admissão de Títulos e Graus Universitários para o Exercício de Atividades Acadêmicas nos Estados Partes do MERCOSUL promulgado pelo Decreto nº 5.518, de 2005 e a Orientação do MEC consubstanciada no Parecer CNE/CES nº 106, de 2007, praticando, portanto, propaganda enganosa.

Assessoria de Comunicação Social/Capes

Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES
SBN Quadra 02 bloco L, Lote 06. CEP. 70.040-020. Brasília (DF)
Telefone: (61) 2022 6209/6210/6211
www.capes.gov.br Endereço eletrônico: imprensa@capes.gov.br

Fonte: CAPES

Sobre a Federalização do UNICS - Centro Universitário Católico do Sudoeste, Palmas/PR

Pois é...fato histórico para a região sudoeste do Paraná. Palmas irá sediar um Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia/IFPR. Para suprir a demanda dos 17 cursos já oferecidos pelo UNICS, haverá concurso público para a docência e funcionários. O futuro diretor anunciou que serão abertas cerca de 60 vagas para professores em regime de trabalho de dedicação exclusiva com 40 horários, argumentando ser está uma das formas de garantir a qualidade do ensino. Concordo. Professor horista, muitas vezes é o professor "dador" de aulas, tem outros empregos nos contraturnos para poder se manter, já que o que ganha por hora "dando" aula não é o suficiente sequer para comprar livros da sua matéria. O UNICS tem 40 anos de existências e já formou cerca de 28 mil alunos e sua estrutura foi avaliada em R$ 20 milhões de reais. O espírito desta Instituição, de Dom Carlos, que foi o idealizador desta escola, deve estar curioso para saber o que irá realmente acontecer. Pois sim. Quando Dom Carlos Eduardo cria a faculdade o faz pensando na evolução intelectual, social e cultural de uma cidade, de uma região, de uma estado. Pensa que com sua criação, estaria modificando as mentes, os homens, as sociedades para construir um meio melhor para se viver. Oxalá que isto realmente seja o melhor para Palmas, região, estado. Ao contrário do que muitas vezes acontece na instituição particular, como na postagem anterior, em que sobram vagas para alunos, na pública sobram muitos alunos para poucas vagas, gerando uma espécie de segregação invertidade de classes econômicas. Quem é pobre estuda na instituição particular porque não consegue entrar na pública porque seu conhecimento é frágil, já que estudou em escolas públicas que formam para a vida (corretíssimo) mas que não preparam para o vestibular (!!??), e quem é rico entra na federal, já que estudou em escola que faz SIMULADO, PROVÃO, tem apostilas com perguntas da USP, UNICAMP, ITÁ...os professores são "treinados" para dar aulão para decorar fórmulas, enfim, por aí vai. E outra coisa, os professores que estão lecionando no UNICS vão prestar a prova da Federal, quantos irão passar? Quero crer que todos. Dom Carlos Eduardo Sabóia Bandeira de Mello disse em 1967, que a criação do Centro Pastoral, Educacional e Assistencial Dom Carlos - CPEA, mantenedor da recém-nascida FAFI, Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Palmas, havia sido o acontecimento do século para Palmas. Ele disse "Uns semeiam e outros colhem, hoje nós plantamos a semente, amanhã nossos filhos colherão os frutos édulos e sazonados que lhe serão benéficos à vida". Eu vivi dentro da FAFI, FACEPAL, UNICS, durante muitos anos, 36 para ser mais exata, que é o meu tempo de vida até hoje. Acompanhei a entrada e saída de muitos diretores, professores, funcionários. Muitas histórias de vida, alegrias, muitas coisas boas, lembranças. Fiz meus cursos lá, tenho muitos amigos professores, funcionários, egressos. Mas principalmente tenho muito respeito pela faculdade. Pelo espírito da faculdade, pelo que ela representa como Instituição dentro do município, região, estado e agora, país. As pessoas passam por ela, assim como eu passei, meus professores passaram, minha mãe passou, até o pai passou (ele tem paciência), todo dia levando e buscando a mãe, depois eu. Por este fato, todas as pessoas deveriam respeitá-la como um espírito que não passa, que fica, por isto, de-ve-riam fazer o que tem de ser feito da melhor forma pensando no conjunto das coisas, no semear para colher. Mas me parece, e gostaria que me corrigissem se eu estiver errada, que por muitas vezes muitas pessoas quiserem colher, colher e colher. E agora? Será que os frutos serão édulos mesmo? Vamos rezar para Deus e, sobretudo, para Dom Carlos que como minha mãe sempre diz: "era um santo!".




4 de novembro de 2009

Você estudaria nesta Faculdade?

Que tem 1.100 vagas para 270 alunos que foram aprovados no vestibular de verão? Isto assegura 4 vagas para cada candidato. Quer dizer que não são candidatos por vaga e sim vagas para candidatos. Uma inversão total...de valores em reais. O candidato que se inscreve em uma curso que não "fecha" turma é automaticamente aprovado para outro. Então hipoteticamente, o sujeito se inscreve para Mecatrônica e este curso não tem um número substancial de alunos para "abrir" a turma, então este aluno é convidado para se matricular em Artes Cênicas, mesmo que o curso não tenha nada que ver com o seu perfil. Pois bem, isto é uma prática comum...pelo menos é o que alguns "educadores" acham do verbo achar mesmo. Puro achismo. Esta é a mesma instituição que gosta de comparar unidade de enino superior privada de menos de 10 anos, com faculdade pública estadual com média de 8 cursos e 60 anos de idade, com uma fundação que virou centro universitário mantido pela prefeitura do município, que conta com treze ou quatorze ou quinze ou oito cursos e 50 anos de tradição com universidade de outro estado, porém vizinha, que tem campus, núcleos e recebeu um conceito proveniente da avaliação de 80 cursos de graduação, e o que dizer do UNICS que foi federalizado valendo R$ 20 milhões de reais, da UNICENTRO em Irati, ambos estão na região. Pois é, você estudaria nesta faculdade? Se ela oferece 1.100 vagas e teve uma procura de menos de 300 alunos para o principal vestibular do ano, mesmo sendo a melhor do sul do mundo, com todo o marketing...muitas pessoas concordam comigo. Ainda bem!! ainda bem nada!! Vamos estudar minha gente!! Este deveria ser o meu discurso, afinal, ninguem torce contra o próprio time. Nem eu. Muito menos eu. Não na atual conjuntura. Mas o que eu defendo e sempre vou defender é uma educação de qualidade, que ofereça o curso que o candidato escolheu, com a qualidade divulgada, com o corpo docente divulgado, com os recursos, laboratórios e tudo mais que vai nas campanhas publicitárias das mídias. Porque a pior coisa que existe no mundo é ver o primeiroanista entrar se achando e ver que não tem nada disto. Ver que o laboratório que ele tanto sonhava existe, só que está vazio, tem quatro paredes, é amplo, ventilado, mas está vazio, não tem nada dentro, só ar. Aí minha gente, não dá para "fechar" turma mesmo né. Mesmo se oferecessem 300 vagas haveriam remanescentes. E como diz um amigo meu, também professor: "quando a faculdade é boa, não interessa se ela é cara, barara ou gratuita, se paga bem ou paga mal, uma das principais características é a procura, tanto na hora da prova do vestibular como na hora da prova para concurso de professores". Faço dele as minhas palavras. Alunos, procurem o curso superior, estudem, leiam, busquem, só assim vocês poderão melhorar a sua própria condição de vida escolar. A célebre ideia de quem constróe o conhecimento na escola é o aluno e não a escola é falsa, a escola é sim a responsável pelo ensino. É seu direito, busque por isto.




Formação de Professores. Aprecie.

Bom, aos poucos vou contando para vocês quem eu sou. Por enquanto, vou contar um episódio no mínimo indignante que aconteceu dentro de uma faculdade. E não foi ninguem correndo atras de uma estudante de mini-saia heim!! Estou cursando o 2o ano do curso de Pedagogia na FAFI de União da Vitória, passei no vestibular no começo deste ano mas como já tenho outra graduação eliminei todo o 1o ano. Fui cursar pelo óbvio, pela tradição da Faculdade, do curso que vai completar 50 anos em março de 2010, por ser pública e pelo fato do meu doutorado ser em Educação. Mas o principal argumento é que minha mãe se formou na faculdade em que eu me formei no meu primeiro curso ano passado em Palmas e achei que seria legal concluir um curso onde ela também é egressa. Já que a maioria das minhas tias e primos fizeram FAFI, pensei, "to" aqui mesmo...vai ser bom, uma forma de homenagear a minha mãe, família e tal. Bem, desde o começo das aulas vi que alguma coisa estava errada, quando uma das professoras solicitou um projeto com introdução, desenvolvimento e considerações finais (!!??) e com resumo (!!??), mas enfim o fato se agravou quando uma professora disse que a Revolução Industrial aconteceu no fim da Idade Média e início da Idade Moderna e outro dia que Recall era a mesma coisa que boicote a um produto e que o estado de sítio era decretado em época de calamidade em um "lugar". Mas o pior não foi isso, foi entrar em nossa sala e dar de cara com uma colega chorando, por que uma professora disse que o trabalho que ela havia feito era uma BOSTA. Isto mesmo, uma BOSTA. E esta mesma professora, dá faltas para alunos que nem mesmo estão matriculados na sua disciplina dizendo que este é o critério dela. Pois é, a que ponto chegamos. Os professores não conseguem mais ser professores, sei lá o que são. Quem tipo de gente que são. Lá em Palmas e no interior é costumeiro perguntar para alguém: de que gente que você é? ou seja, de que família você é. Uma época eu achava isso muito constrangedor e preconceituoso, hoje vejo com outros olhos. Nesta pergunta estão intrínsecos muitos signos, como os valores daquela pessoa, os valores morais, como ela foi criada, o modelo familiar, sua história, suas raízes, sua cultura. Hoje se alguém perguntar isto para o filho da professora que disse que o trabalho da minha colega era uma bosta ele poderá dizer: eu sou filho da professora que gosta de humilhar as pessoas, sou desse tipo de gente.





Pulso...

A partir de hoje vou dar início a uma nova experiência. Penso que nesse Blog vou pode expressar o que pulsa dentro de mim sob as mais variadas formas. O meu amor pela minha profissão e a minha angustia por ver que isto não é sentimento de todos os Professores. A minha paixão pela Dança, que tem se mostrado mais forte a cada dia, e mais compromissada com o aprofundamento teórico e reflexivo do sentido dela na educação. Vou poder falar também sobre o corpo(latria), sobre o "ter" que tem se sobressaído ao "ser", sobre os meus vizinhos (que ninguém é de ferro), sobre o que acontece ao meu entorno nas cidades que eu mais convivo, Porto União, União da Vitória e Palmas e é claro, sobre as pessoas que vivem nelas. E é isso. A cada dia que passa a vida pulsa, tudo está em movimento. Os conceitos, os sentimentos. E vamos lá...