Visitas

21 de outubro de 2011

ENEM e ENADE

Nesta semana, o assunto que mais rendeu foi o ENEM.

O MEC irá realizar a prova que substitui o vestibular na maioria das universidade federais e estaduais do país.

O exame nacional do ensino médio, ENEM, foi criado pelo MEC como condição de aprovação do aluno para o ingresso no ensino superior.

 
Este é um modelo quase todo copiado na íntegra dos E.U.A., e que a cada ano apresenta erros e muitas dúvidas que acabam prejudicando mais do que ajudando os alunos do ensino médio.

A prova do ENEM apresenta questões bastante subjetivas, que visam verificar o conhecimento epistemológico do aluno e a sua capacidade de pensar de forma holística (se é que isso é possível diante da baixa qualidade do ensino nacional). Enquanto que os demais vestibulares convencionais são criticados pelo caráter conteudista, o ENEM vem para suprir uma necessidade antiga, de verificar realmente a capacidade intelectual do aluno de analisar e compreender o que foi aprendido, atribuindo significado aos conteúdos na sua vida real.

A ideia no Haddad não é de toda má, o problema está na base prática da intenção. Ele estuda e desenvolve projetos interessantes para a educação brasileira, mas o seu staff não é credenciado para colocar as questões teóricas em prática.

O ministro vive o mesmo problema de todos nós Professores. Por vezes criamos situações interessantes para ao ensino, mas na hora da efetiva implementação do projeto, não temos base material ou de recursos (humanos, físicos e financeiros) que nos permita efetivar a ação.

O ENEM é hoje um mecanismo de retenção de muitos alunos que não tem preparação para ingressar no curso superior e foi criado no momento da infeliz abertura de milhares de faculdades e, consequentemente da ampliação de vagas para o ensino superior.

Sabe-se que quantidade não reverbera em qualidade. Estamos vendo isso nos resultados das provas do ENADE, que examinam os índices do ensino superior. Muitas provas do ensino superior, até mesmo de ultimoanistas, revelam que o sujeito não adquiriu em 4 ou 5 anos conhecimento necessário para sequer atuar na sua área de formação.

Bom, mas vamos esperar torcendo que, desta vez, o ENEM cumpra com seu papel e não seja mais uma questão demonstrativa de que a educação brasileira está navegando por mares desconhecidos, totalmente a deriva, e que não é a prioridade do governo petista.

Veja neste guia as listas das instituições que consideram o ENEM como processo seletivo.

 http://guiadoestudante.abril.com.br/vestibular-enem/conheca-74-faculdades-publicas-usarao-enem-2011-meio-sisu-vestibular-2012-636453.shtml

13 de outubro de 2011

(In) feliz dia dos Professores.


Dia 15 de outubro comemora-se o dia do Professor.

Mas convenhamos, há muito que não temos nada pra comemorar. Muito pelo contrário.

Foi-se a época em que ser Professor era sinônimo de respeitabilidade e admiração.

Hoje, vemos que esse cara tá cada vez mais desprestigiado na sociedade.

É só verificar o que temos que aguentar em sala de aula dos nossos alunos, que vêm de casa sem aquela educação formal, sem saber o significado de respeito e hierarquia.

Lógico que essa insignificância diante da importância desta profissão é fruto de uma cultura brasileira falida. Em todos os demais continentes, o Professor ainda é o cara da vez.

Eu já escutei de tudo de alunos e colegas. Principalmente aquela da pessoa desconhecida que pergunta depois que você diz a tua profissão: "Mas você trabalha?". Tipo, faz alguma coisa de útil?

Bom, eu tenho me deparado a cada ano com tipos que viraram professores da noite pro dia, cujas causas do ocorrido variavam conforme a necessidade. Uns não encontraram emprego em mais nada e são profissionais sem credibilidade em suas áreas, aí vão ser professores para garantir o salarinho no fim do mês.

Conheci aquela professora da Fafi que falou pra uma aluna que o trabalho dela era um merda...

Tem também aquela professora do ensino médio que pega os alunos na balada, aqueles professores da graduação que pegam as alunas que precisam de nota...e aqueles professores que acham que sabem tudo e que são o supra-sumo da classe e que na verdade, se o data show não funcionar, foi-se a aula. E aqueles que, em todos os momentos, atacam com o discurso da “motivação”, aprendido naqueles livros obsoletos estadunidenses da década de 70, que pregavam o “se sentir bem” pra trabalhar melhor. Trabalho esse que também englobava o que o professor fazia em sala de aula com seus alunos. Por este fato ocorreu a profissionalização do professor, que acabou virando um funcionário, um empregado qualquer, perdendo seu status de mestre, sendo considerado com mais uma força de trabalho que tem que vestir a camisa da empresa, pensar no marketing da escola, alcançar metas e por fim, dar conta do que faz pro seu supervisor/coordenador de curso.

Conheci também aqueles que nasceram pro negócio. Na minha formação encontrei muito mais essas espécies raras do que os genéricos, ainda bem!!

Mas pra falar em professor genérico, piores são aqueles caras que são bacharéis e nunca compreenderam o significado da aula, da avaliação, da preparação do conteúdo, da leitura prévia dos assuntos que rodeiam o conteúdo principal, da importância em dar significado para aquele conteúdo, enfim, do que é ser Professor com P maiúsculo.

Eu sei lá o que veio antes, a desqualificação da classe por conta do desleixo dos professores mais velhos ou a falta de incentivo do Estado na formação continuada do sujeito. Só sei que, ainda o que é reivindicado por quase todos é um salário "digno". Digno de que? Enquanto o professor não voltar a se achar importante, é total perda de tempo ficar mendigando aumento. A voz uníssona é aquela que requer remuneração e não aquela que exige condições materiais, infra-estrutura e formação melhores.

Faça um resgate do imaginário e recorde dos teus professores. Irá perceber que os melhores eram os da escola tradicional, aqueles que cobravam, que eram exigentes, que não queriam ser amigos e cair junto na festa, que se colocavam como mestres, que eram assexuados, que falavam e escreviam no quadro negro a aula toda, que não usavam metodologias absurdas pra matar aula e que não transformavam o sagrado momento da aula em um show de cursinho pré-vestibular, faltando apenas o nariz de palhaço pra completar a cena.



Não tenho nada pra comemorar. Embora ainda tenha o brilho nos olhos quando entro em sala, não tenho nada pra comemorar.
http://evinhophoto.tumblr.com/


 

5 de outubro de 2011

Frases e verdades.

Hoje escutei uma frase sobre uma nova teoria contemporânea acerca da constituição familiar:
"A geração de pais mortos/vivos honera a economia dos avós que, além de sustentar os filhos, têm que sustentar os filhos dos filhos".

Geração de pais mortos/vivos??!!?? Que definição heim!!

Essa foi uma das melhores frases desde aquela que diz que o trabalho dignifica o homem.
Gosto também de: quem planta tempestade não colhe dias de sol.

Os pais mortos/vivos, segundo a reportagem, são os da geração 90, 00, que tiveram filhos adoidado sendo eles próprios ainda filhos. Quer dizer, não tinham uma profissão estável, sendo que a grande maioria se intitulava "estudante".

A repórter da Globo News ainda ressaltou que a educação do filho, que cabe aos pais, fica sendo de responsabilidade dos avós que, por estarem sentindo pena da criança, acabam educando a sua maneira.

Ainda disse que avós tutores gastam muito mais com netos do que pais com filhos. Já que os avós tentam compensar a falta dos pais, ou a desobrigação dos pais diante da tomada de consciência do filho que tem pais mortos/vivos.

Este é um comportamento que desintegra a possibilidade da constituição familiar a moda antiga e que dificulta para a criança abandonada, compreender o sentido de amor materno e paterno, de proteção e apego, de porto seguro...